Série de reportagens: É possível!
Como fazer uma escola sustentável
Atitudes como combater
o desperdício e consumir de forma consciente são bons caminhos para a
preservação da natureza
Noêmia Lopes (gestaoescolar@fvc.org.br)
Alfabetização
ecológica: um projeto que mobiliza toda a equipe
DESCARTE CORRETO Os alunos mantêm uma
composteira para jogar fora papéis e sobras da cozinha
A Educação Ambiental é um dos temas transversais dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs), do Ministério da Educação (MEC). Ela garante que
os alunos aprendam a tomar decisões sustentáveis, num processo chamado de
ecoalfabetização. "A sustentabilidade se apoia no cuidado com as pessoas,
a Terra e os recursos naturais. Esses eixos estão na escola e cabe ao diretor
mobilizar a comunidade em torno deles", diz Sueli Furlan, docente da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
(USP) e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.
Os gestores podem iniciar o processo, envolvendo funcionários e famílias do
entorno. As faxineiras, por exemplo, devem atentar ao descarte de lixo e
produtos de limpeza e ao bom uso de água e energia. Já aos professores fica a
tarefa de discutir as várias questões ambientais com os conteúdos das
disciplinas. "Tudo isso passa à comunidade a mensagem de que a escola se
preocupa com a Terra", afirma Neide.
Foi nessa mobilização que investiu a diretora Iolanda José Naves, da EE
Comendador Joaquim Alves, em Pirenópolis, com a ajuda do Ecocentro Ipec. Os
alunos estudaram o assunto e, em seguida, fizeram desenhos sobre como gostariam
que a escola fosse em termos ambientais. Surgiram elementos como coletores de
chuva, ainda não implantados, e a ampliação das áreas verdes, aspiração já
concretizada.
Hoje, 600 alunos do 6º ao 9º ano cuidam do descarte de resíduos,
mantendo uma composteira com a ajuda dos professores, e do cultivo de árvores,
participando de projetos de reflorestamento do entorno. Também auxiliam a
equipe a separar o papel que será encaminhado para a reciclagem e combatem o
desperdício de comida, água e energia.
Transformar valores e atitudes cotidianas requer cuidado especial por parte da
gestão. É um erro comum, por exemplo, tocar no assunto apenas em datas
comemorativas. Campanhas de reciclagem também devem ser vistas com bastante
cautela, pois promovem concursos que premiam quem mais reúne garrafas PET ou
latas de alumínio - longe de ser uma atitude sustentável, elas acabam promovendo
o consumo desnecessário. "A criança não deve separar o lixo para vencer
uma aposta, mas por ser essa uma postura essencial para o meio ambiente",
afirma Neide. Outras ações nada eficazes são ensinar apenas com palestras e
projetos tão complicados que acabam sendo abandonados.
A questão ambiental é um assunto cada vez mais em pauta na sociedade e ela pode
estar integrada às práticas cotidianas de uma escola. Esse, segundo Lúcia
Legan, é o jeito mais eficaz de transmitir o aprendizado necessário sobre meio
ambiente e sustentabilidade. Confira o projeto
institucional elaborado com base nas iniciativas desenvolvidas
na Comendador Joaquim Alves e em outras escolas de Pirenópolis, em parceria com
o Ecocentro Ipec.
Quer saber mais?
CONTATO
EE Comendador Joaquim Alves, Pça. Emanoel Jaime Lopes, quadra 21, lote 2,
72980-970, Pirenópolis, GO, tel. (62) 3331-1849
BIBLIOGRAFIA
A Escola Sustentável, Lucia Legan, 184 págs., Ed. Imprensa Oficial,
livraria.imprensaoficial.com.br, tel. 0800-0123401, 24 reais
Educação e Gestão Ambiental, Genebaldo Freire Dias, 120 págs., Ed. Gaia, tel. (11) 3277-7999,
27 reais
INTERNET
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